terça-feira, 12 de outubro de 2010

Resenha do texto de Mônica Cerbella Freire Mandarino


“Que conteúdos da Matemática escolar, professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental priorizam?”


Esse texto foi escrito com a intenção de sintetizar a questão da escolha do conteúdo em que a autora aborda em sua pesquisa de doutorado, na qual buscou compreender as concepções de Matemática e de seu ensino por um grupo de professores da rede pública e privada, dos anos iniciais do ensino fundamental, ao observar as suas aulas.

Com a intenção de identificar o nível e a natureza do tratamento dado aos conteúdos ensinados, a autora identifica e discute a seleção e a distribuição dos conteúdos da matemática escolar estabelecidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática.

A conclusão que se chega é que, cada vez mais, é comum encontrar professores que ministram aulas com grande quantidade de assuntos, com grande número de exercícios acerca desses conteúdos, com objetivo de fixar, ao invés de optar por uma sequência de aulas com o mesmo tópico que pode fazer com que o aluno amplie, aprofunde, sistematize e aplique o assunto.

Percebe-se uma troca da qualidade pela quantidade.

Dentro dos blocos de conteúdos definidos pelo PCN para a disciplina de Matemática, há um exagero de importância dada pelos professores ao de “Números e Operações”, deixando de lado, blocos como “Tratamento da Informação”, que são tão importantes quanto o primeiro.

Independente de ser na rede pública ou privada. Aliás, a porcentagem de atenção dada ao último bloco pela rede particular, é ainda menor. Refutando a hipótese de que, as classes sociais com o IDH alto, consideram esse assunto mais importante, percebe-se que a ênfase na rede privada está em cumprimento de currículo e o foco privilegiado é a aritmética.

Assuntos que envolvem da Geometria como “Espaço e Forma” e “Grandezas e Medidas”, são abordados em sua última sequência, geralmente no final do ano, quando não há mais tempo de se trabalhar adequadamente.

Ao selecionar o conteúdo de Matemática, os professores adotam etapas de procedimento superficiais e fragmentadas, o que causa dificuldade de aprendizagem que ocasiona a indisciplina, ou seja, o aluno recebe informações desconexas, não entende nada e por isso opta pela bagunça.

A causa dessa escolha pode se reduzir à falta de conhecimento adequado sobre os conteúdos a serem ensinados, o que poderia ser resolvido se, em sua formação, o professor tivesse acesso a uma aprendizagem correta sobre o quê e como escolher os conteúdos necessários e adequados a cada série.

Pessoalmente, não acredito que as aulas que estamos tendo hoje em nossa faculdade sejam suficientes para esse propósito.

A proposta que percebo é que se fala muito da história da educação, nesse caso, da história do professor de Matemática, voltado para algumas práticas específicas. E, no que diz respeito à escolha de conteúdo de Matemática, estamos naufragando.

O ideal seria que, as aulas pudessem tratar os conteúdos de todos os blocos de ensino do PCN de um modo geral, e como intercalar esses conhecimentos, que é a proposta da autora, com a qual estou plenamente de acordo, de maneira que não cometamos o mesmo erro citado por ela.

FONTES DE REFERÊNCIA

MANDARINO, Mônica Cerbella Freire. “Que conteúdos da Matemática escolar professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental priorizam?”.—Rio de Janeiro: UNIRIO, 2006 – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

CARVALHO, Ivonete Melo. SAKATE, Maria Massae. MACHADO, Vera de Mattos – “A situação do Professor do ensino fundamental frente à Matemática”.(texto Tema 2 do PLT n°4 – Pedagogia – ANHANGUERA Publicações, 2010).

(texto Tema 1 do PLT n°4 – Pedagogia – ANHANGUERA Publicações, 2010).

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